Criada em 1996, durante a realização do 1º Seminário Nacional de Lésbicas, organizado no Rio de Janeiro, a data integra as diversas ações ao combate permanentemente à opressão contra mulheres gays e bissexuais. 

A celebração do dia é resistência, diante do governo machista, sexista e Lgbtfóbico de Jair Bolsonaro, mas também significa a luta pelo direito de existir no país em que muitas mulheres morrem ou sofrem violência por sua orientação sexual. 

Os crimes de ódio ou corretivos praticados contra lésbicas em todo o Brasil aumentaram no decorrer dos anos e é alarmante. É o que aponta o Dossiê Sobre Lesbocídio do Núcleo de Inclusão Social da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), divulgado no ano passado. 

De acordo com o levantamento, em quatro anos (2014 a 2018) houve um aumento de 150% de mortes de mulheres, por serem lésbicas.  Outro fato apontado na pesquisa é de que 83% dos crimes contra este segmento são cometidos por homens que tem algum tipo de aversão a escolha sexual dessas mulheres, e que não possuem nenhum grau de parentesco com as vítimas. 

Para acabar com machismo e a Lgtbfobia é preciso lutar contra o capitalismo

O MML (Movimento Mulheres em Luta), filiado à CSP-Conlutas, ressalta que essa violência é fruto do capitalismo, que se aproveita de todo esse preconceito para lucrar. “Se utiliza do fato de muitos LGBTs evadirem das escolas, por conta do preconceito, para colocá-los em postos de trabalho precarizados e com poucos direitos trabalhistas; para as mulheres lésbicas reserva os trabalhos pesados, tratando-as como homens, mas pagando salários menores; ou ainda lucra com a indústria pornográfica fetichizando suas relações sexuais ou construindo guetos e cobrando pela liberdade de serem o que são nesses espaços”, pontua o MML. 

O MML destaca ainda que muitas mulheres lésbicas ou bissexuais estão adoecendo diante desse quadro de opressão. “São os estupros corretivos que tem como objetivo corrigir a orientação sexual da mulher, internações compulsórias com o objetivo de curá-las de uma doença que não existe, desprezo da família, uma vida inteira ocultada no local de trabalho. Todas essas situações levam ao adoecimento, a depressão e ao suicídio. Nos últimos anos tem crescido o número de LGBTs que tiram a própria vida, sobretudo entre os mais jovens”, salienta em nota.

O movimento aponta que diante de todos esses desafios é preciso lutar e defender os direitos de lésbicas e bissexuais. “Nós, do Movimento Mulheres em Luta, damos visibilidade a essa luta e fazemos um chamado a todas as mulheres lésbicas e bissexuais da classe trabalhadora a vir construir conosco e com os trabalhadores de conjunto uma luta comum contra toda forma de opressão e contra essa sociedade capitalista que nos adoece, nos explora e mata”.

Fonte: CSP Conlutas

Foto: Divulgação

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