No segundo dia de trabalhos do 10º Congresso do Sindprevs/SC, participantes discutiram temas essenciais para fortalecer a luta sindical: pela manhã, houve uma análise de conjuntura, já na parte da tarde, houve uma mesa para discutir e pensar os caminhos do sindicalismo. Antes da segunda mesa, a Comissão Eleitoral apresentou o Regimento das Eleições do Sindprevs/SC, aprovado pelo conjunto do plenário

Na mesa sobre conjuntura, o professor Waldir José Rampinelli fez uma viagem importante pelas rebeliões e revoluções na América Latina, como a haitiana, um levante dos negros para acabar com a escravidão, a mexicana, com a organização dos camponeses armados e a cubana, que até hoje se mantém de pé e enfrenta o imperialismo. Lembrou que foi o roubo das riquezas da América Latina que enriqueceu os europeus.

O professor também falou dos resquícios da Ditadura Militar no Brasil que resultou hoje no governo fascista de Jair Bolsonaro. "Não acertamos as contas com o passado, a história, e por isso, chegamos ao governo Bolsonaro", disse.

Ele ainda falou sobre o papel dos sindicatos de extrema importância na conscientização política neste ano eleitoral. "Os sindicatos precisam desalienar os alienados".

"O que move o mundo é a luta de classes", afirmou.

Organização sindical e as mudanças no mundo do trabalho

Durante a tarde desta quinta-feira (11), segundo dia do 10º Congresso do Sindprevs/SC, participantes puderam discutir o futuro do sindicalismo na mesa intitulada “Organização Sindical, Serviço Público e a Transformação do Mundo do Trabalho”

O primeiro debatedor foi Luis Fernando Silva, assessor jurídico do Sindprevs/SC e da Fenasps. Ele destacou o crescimento do neoliberalismo, a redução da representatividade sindical, a crise econômica e a destruição do Seguridade Social, por isso, é importante o resgate de um sentimento de coletividade que possa enfrentar esse cenário. Para o advogado, a defesa da paridade, a ampliação das formas de representação de aposentados, organização nos locais de trabalho e a relação com servidores em trabalho remoto são formas de transformar a situação.

Magali Pontes, diretora da Fenasps, reforçou a importância de que o 10º Congresso reforce a unidade entre a categoria para que o serviço público continue atendendo os anseios dos servidores e da população.

Thaize Chagas Antunes, diretora da Fenasps, fez uma saudação especial às mulheres presentes no Congresso, porque para elas sempre é mais difícil se fazer presentes em espaços políticos. Para a dirigente, a história da luta do sindicalismo precisa ser reconhecida, mas também é preciso avançarmos na unidade entre as gerações que atuam no movimento sindical.

Moacir Lopes, diretor da Fenasps, destacou que a ideia central que fundou a Federação é a concepção sindical que pensa a luta classista e relembrou que foi essa categoria de trabalhadores que mais lutaram pela vida na pandemia.

Para Luciano Véras, diretor do Sindprevs/SC, o mundo do trabalho, o serviço público e mesmo o sindicalismo mudou muito nos últimos 20 anos. Lembrar do que era trabalhar no serviço público é também recordar de um acolhimento que se perdeu. Existe um projeto político, calcado no neoliberalismo, que desconstruiu essa ideia de coletivo. O papel do sindicato, seja qual for a direção ou a base, é transformar essa percepção, não abdicando do novo, mas não esquecendo suas raízes e a sua radicalidade.

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