Por Vera Lúcia da Silva Santos, Coordenadora Geral do Sindprevs/SC e Diretora da Fenasps

Sindprevs/SC, nestes 30 anos, conquistou uma posição de referência junto às entidades sindicais do Estado e também nacionalmente, na base da Fenasps, devido a sua postura política. A independência da categoria para encaminhar suas pautas, construindo seu próprio caminho de resistência é o que fortalece o sindicato e confere a ele representatividade. Junto à Fenasps, mobilizamos servidores do Ministério da Saúde, do INSS e da Anvisa para garantir conquistas ao longo de nossa história, assim como em Santa Catarina, sempre nos somamos aos demais sindicatos para reivindicar melhores condições de vida para o povo trabalhador. Hoje não somos filiados a nenhuma central sindical. 

Essa autonomia política, que mobiliza a categoria de baixo para cima, também faz do Sindprevs/SC uma entidade solidária às lutas gerais da classe trabalhadora e dos movimentos sociais. Sempre reafirmamos que nossas pautas específicas não estão descoladas de um conjunto de reivindicações políticas e sociais do povo brasileiro e catarinense. É por isso que sempre estamos dispostos atuar em defesa da saúde e da educação pública, de nossas riquezas naturais e contra a retirada de direitos, como a anunciada pela reforma trabalhista e da previdência. Defendemos uma sociedade em que se amplie a democracia e que se possa caminhar para uma transformação social mais profunda.

Também não podemos deixar de citar o trabalho do Núcleo de Gênero e Raça do Sindprevs/SC que marca a história do sindicato junto aos movimentos sociais e populares. Sempre atuamos para construir um mundo livre de todas as formas de opressão, combatendo preconceitos e discriminações, sobretudo o machismo e o racismo. A defesa das mulheres, de negras e negros, das populações LGBT, dos movimentos de moradores de rua, de quilombolas e indígenas, de trabalhadores sem terra e de outras minorias é uma bandeira de lutas permanente do sindicato. Somos parceiros desses movimentos por entender que justiça social se faz com todas e todos, independente de gênero, raça, idade, orientação sexual ou categoria.

Atualmente, assumo o desafio de estar à frente do sindicato. Mas, esse fato não é gratuito. Ele é fruto de um investimento do sindicato na luta por igualdade racial e de gênero. A preocupação do Sindprevs/SC em tratar esses temas foi o que permitiu forjar lideranças mulheres e negras que hoje podem aceitar o desafio de dirigir a entidade. É o reconhecimento de uma política que desafia os padrões estabelecidos por esta sociedade racista, machista e capitalista. É por isso que acredito que os próximos 30 anos do Sindprevs/SC ainda vão ser de muita resistência.

:: Esse conteúdo faz parte da edição comemorativa da Revista Previsão - Especial 30 anos ::

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