Por Rosangela Bion de Assis

 

Antes dos informes e debates, Diretores de Base, Representantes dos Aposentados e Pensionistas e Diretoria Executiva Colegiada analisaram a conjuntura com os elementos apresentados pelo economista do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudo Socioeconômicos), Maurício Mulinari. Na Plenária Sindical de Base do Sindprevs, realizada no auditório da Fecesc, dia 21 de março, Maurício apontou para um mundo do trabalho em profunda transformação. “Entre 30% e 40% dos sindicatos vai falir, em um ano, sem o Imposto Sindical. As entidades começam a sentir as incertezas que já fazem parte da rotina do povo.”

 

Maurício avaliou que o Sindicato passou a ser um espaço fundamental, porque todas as mudanças que estão sendo impostas para o povo passam pelas relações de trabalho. “Caminhamos todos para o modelo de trabalho do Uber, sem vínculo, sem direitos, arcando com todos os custos, entregando 25% do valor de cada corrida para a empresa. Um modelo totalmente precarizado.”

 

Morre a lógica individual

 

“As igrejas não param de aumentar suas bases de apoio porque não têm medo de vender o intangível: o céu. Os Sindicatos ficaram com medo de falar sobre o socialismo.” Ele avalia que uma nova estrutura sindical surgirá, mais forte, rompendo com o modelo atual.

 

Para o economista estamos vivendo uma guerra de classes, em que as saídas individuais não existem mais. Com a precarização da vida dos trabalhadores, morre a lógica individual, que vigorou durante um bom tempo e ascende a possibilidade da reorganização dos trabalhadores, principalmente da juventude, na faixa dos 30 anos, que entrou no mercado de trabalho e não vai para o Sindicato. Por enquanto, há um divórcio entre o Sindicato e a nova geração que hoje é maioria. Mulinari acredita que “nas lutas que faremos agora poderemos dar uma nova força e um novo sentido para a atividade sindical”

 

Fonte: Sindprevs/SC

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